Vicente Alves do Ó no filme “Florbela” propõe uma recriação de parte da vida de Florbela Espanca. Mais do que a poetisa, dá-nos a conhecer uma visão sobre a mulher que viveu fora do seu tempo. Com o desassombro e a coragem de não aceitar as convenções da sociedade. Livre e autêntica, dominada pela angústia de um amor impossível.
Filme sublime porque nos oferece a poesia para além da escrita. A poesia da luz, dos olhares e dos silêncios, aquela que nos emociona.
Florbela disse que “Viver é não saber que se vive!”. Talvez concorde mais com: “Viver é privilegiar uma certa leveza no ser”. Ou mesmo, conseguir atenuar a angústia na incessante procura do sentido da vida.
Dou comigo a pensar, pobres poetas, tão magnânimos e fundamentais mas tão sofredores, todos aqueles que nos oferecem os detalhes e a sumptuosidade, só ao alcance dos que realmente sabem o que se vive. E o autor neste filme foi poeta!