Li ontem que um ancoradouro japonês, que não tinha resistido ao Tsunami de 2011, deu à costa no continente americano, algures em Portland. Ora cá está uma inócua boa notícia. Menos uma fonte poluente no mar, menos uma estrutura à deriva porventura perigosa para a navegação.
Mas não é esse o lado que me despertou curiosidade. Fascinou-me o lado paradoxal, inverosímil, um ancoradouro, essa plataforma fixa que permite a primeira sensação de firmeza aos navegantes, derivou no oceano numa aventura instável.
São aqueles factos que estimulam a criatividade pelo lado ridículo das coisas. Se existem ancoradouros a navegar porque não imaginar pacientes em auto-cirugias, alunos a dar aulas a professores, polícias em infração, crianças a cuidar de velhotes, pobres a dar esmolas a ricos ou políticos genuinamente preocupados com a dor do povo… O mundo ao contrário!
Parecem ideias absurdas mas é bom não negligenciar Portugal, País Paradoxal (PPP).
Nem é preciso recordar a atividade dos Serviços de Informação Secreta que alegadamente veiculavam informações de interesse económico. Serviços secretos a prestar informações!
Nem lembrar a pouca sensibilidade da Federação Portuguesa de Futebol que faz deste país, em pleno processo de ajuda externa, a 2.ª representação mais cara do europeu de futebol.
Mas vejamos a atualidade de ontem. Administrador do Metro do Mondego demite-se por falta de respeito do Estado perante os cidadãos. O Estado não responde e ausenta-se!
O Ministério Público investiga a PSP por suspeitas de uma rede de corrupção. Casos de polícia dentro da polícia!
Isaltino Morais em discurso público crítica abertamente o combate à corrupção. Só dá vontade de perguntar: - Será uma crítica à prescrição do seu processo?
Tudo isto ontem, neste PPP, Portugal País Paradoxal, que parece muitas vezes uma autentica Parceria com o improvável…